fbpx

Blog

Solidariedade: Fazer o bem, sem saber a quem!

Sabe aquela vontade de ajudar que te invade? Fazer o bem, não importando a quem? Pois é, várias são as demonstrações de solidariedade, palavra esta que por definição significa auxílio mútuo, ligação recíproca entre pessoas ou coisas independentes.

A pandemia do COVID-19 trouxe muita reflexão. Tivemos tempo para olhar para dentro, rever nossa missão terrena. Alguns pensaram que fosse possível colocar na balança vidas de um lado e economia do outro. Aprendemos a nos proteger para proteger o próximo. Na prática, ficar em casa mudou nossa forma de consumo. Entre tantas mudanças de comportamento, houve a valorização do comércio local que trouxe consigo outra reflexão: “Preciso mesmo comprar isso, agora?” “A quem se destina o meu dinheiro?”

Desde o início da pandemia acompanhamos muitas ações de pessoas ou empresas oferecendo ajuda e assistencialismo às comunidades vulneráveis, profissionais de saúde entre outros profissionais tão importantes que mantiveram suas atividades presenciais diante do cenário mundial de isolamento ou distanciamento social sem precedentes. 

É a magia do ser humano!

Filantropia é entrega, doação, altruísmo. Pode ser na forma de trabalho voluntário, montagem e entrega de cestas básicas, confecção de máscaras, arrecadação e doação de roupas e cobertores, ou como ajuda financeira por meio de doações e patrocínios. São movimentos liderados por pessoas e destinados a pessoas. Seres humanos dotados de muito amor pelo próximo. Mas, qual a surpresa ao descobrir que o maior beneficiado é o próprio autor da ação filantrópica. Sim, é uma via de mão dupla!

Ficaram evidentes as ações de empresas também. No panorama empresarial pudemos testemunhar ações colaborativas em plataformas de marketplace, entre outros exemplos. Entretanto, o cenário evidenciou empresas que independente do seu ramo de atuação, tem um viés de impacto social ou ambiental. São os chamados Negócios de Impacto ou Negócios com Propósito ou ainda Empresas do Setor Dois e Meio.

Vou explicar melhor!

Qual o papel de uma empresa para a sociedade? Provavelmente, você responderá que é servir o cliente por meio de um produto ou serviço. Sim, mas se formos além, as empresas que mais prosperam têm um propósito maior, querem deixar um legado ao planeta e à sociedade. São essas as empresas que estão mais preparadas para momentos como o que vivemos na pandemia, também.

Quando a ONU propôs a agenda 2030, foram apresentados os 17 ODS (Objetivos De Sustentabilidade) e suas 169 metas, pensando e incluindo pessoas e parcerias, mirando na prosperidade e na paz. A Agenda 2030 da ONU é norte das empresas do setor dois e meio, são também assim chamadas pois, são empresas estabelecidas, formalizadas e além de gerar lucro, geram impacto positivo. Reparem que não estamos falando de ONG (organizações não governamentais) que são instituições sem fins lucrativos. De acordo com o propósito, a empresa se identifica com dois ou três ODS e a eles de dedica impactando vidas, meio ambiente ou ambos.

Podemos entender por impacto positivo a transformação e empoderamento causado numa determinada comunidade, por exemplo, oferecendo mais oportunidade de educação e empregabilidade. A chave de mudança para uma empresa de impacto é quando ela coloca seu propósito no centro do modelo de negócio, ou seja, o impacto faz parte do processo de produção ou do serviço oferecido. Para tanto, o impacto pode ser gerado em 4 pilares diferentes: gestão, colaboradores, meio ambiente e comunidade, agregando valor ao produto ou serviço da empresa, além de fazer com que o cliente escolha sua empresa não apenas pelo preço.

Passando rapidamente pelos 4 pilares:

– Gestão ou Governança diz respeito à saúde financeira da empresa, à situação jurídica, à políticas internas, modelo de negócio e claro, vendas. 

– Colaboradores (eu, particularmente, não uso a palavra trabalhadores. Tripalium, palavra da qual é derivada, é um instrumento de tortura), diz respeito à políticas de contração e inclusão, oportunidade de emprego para os “esquecidos” culturalmente, relação entre maior e menor salário dentro da empresa.

– Meio ambiente diz respeito à utilização de recursos naturais não renováveis na produção, diminuição do uso excessivo de plástico e papel, educação de consumo consciente e boas práticas de reciclagem e reuso.

– Comunidade, não importa se o negócio é B2C (venda direta ao cliente) ou B2B (venda para outras empresas), antes de mais nada deve ser P2P – de pessoas para pessoas. Como impactar a vida de outras pessoas? Tenho certeza que ao saber que 3,8% da população brasileira vive em condições de pobreza um empresário com propósito conseguirá visualizar um horizonte de ações positivas.

Porém, não se trata apenas de querer ser empresa de impacto. Existe um processo para tal. O ponto crucial é que o impacto precisa ser medido. As métricas servem como diagnóstico e para criação de metas. Isso torna o negócio escalável por meio de planejamento adequado, podendo atrair investidores que buscam negócios de impacto.

Partindo para o final, existem certificações para a empresa de impacto, o Sistema B é um selo que avalia e pontua as atividades da empresa. A certificação é um dos caminhos para atrair investidores no setor.

Já imaginou um investimento que busca retorno financeiro e impacto social ou ambiental? Pois pode comemorar. Este já é o caminho do mercado financeiro!